Isn't it ironic?




"(...) As palavras guardam o que julgamos ter perdido para sempre, é por isso e para isso que escrevemos, para resgatar o impossível. (...)"

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

You love me but you don't know who I am

Não importa o quanto te esforçes, nunca vais conseguir conhecer-me. Saber de todas aquelas coisas que me fazem rir desalmadamente, aquelas coisas que têm um significado brutal para que um simples dia possa mudar tudo aquilo que tento desde que me lembro de respirar, aquelas coisas sem jeito que deixam a minha almofada ensopada de água salgada.
Aquelas coisas que são minhas mas que fazem parte de um mundo do qual fazes tanto para te integrares. Ele não é meu, ele é nosso.

Não interessa o que me esforce, o quanto te esforces. Simplesmente o Ser Humano não foi feito para partilhar sonhos e medos. Ele agarra o momento, usa, abusa e deita fora por isso para quê falar do que sonhamos? Do que tememos?
Certo!

Esta ingratidão só nos torna cada vez mais egoístas e distantes.
E a distancia não serve para definir sentimentos mas para os pôr à prova. Pois se os mete à prova, prova que existia essa necessidade absurda de procurar respostas às perguntas que um dia não quiseste saber.

Ok, eu sou estranha por natureza. O que a olhos visto pode até ser uma merda, é para mim uma benção ter a capacidade de me interrogar todo o santo dia. Faz parte.. quem não se preocupa em perceber as mais pequenas coisas, definitivamente não está nem aí para o que realmente é palpável.

porque é que as pessoas utilizam a máxima de que «vida só há uma portanto bora lá só curtir.» 
Arranjam desculpas para não andarem de mãos dadas com a culpa, que mais cedo ou mais tarde vai chegar.

É muito mais baril não fazer planos, muito mais à sec XXI não se comprometerem, limitarem-se a respirar e a mandar chutos nos corações alheios.
Agora eu pergunto: ONDE ESTÁ A DIVERSÃO?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ânimo Precisa-se !

E já agora será igualmente bem vindo uma mão cheia de boas palavras e boas acções.


Hoje estou sem paciência para grandes testamentos. Cheia de raiva de mim e do mundo.
Tanta vezes que vos digo para serem o mais íntegros possível, para lutarem pelas coisas que acreditem ser  vitalícias e positivas, enquanto a Je se esquece do que isso é em certos dias da semana.
Que o frio congela as mãos, faz tremer o nosso corpo, isso eu já sabia, agora que ele esfria corações..




Ohh aragem friaa, anda congelar o meu! Depressa!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Crise de valores

A questão dos direitos humanos sempre me suscitou bastante interesse mas igualmente uma grande revolta, na medida em que, tudo parece ser senso comum mas nem toda gente valoriza esta generalização e poucos a entendem.
Na minha área e como futura assistente social será um luta constante sobre este tema. Mas de uma forma relativamente pequena e bastante 'objectiva'. Esta concepção de o que são e em que se baseiam os direitos humanos é plural e varia no tempo e no espaço. Se assim não fosse não existiriam culturas mas sim uma só e impugnável cultura cosmopolita.
Hoje na aula de sociologia da família, leccionada pelo professor Tiago Ribeiro foi-nos mostrada a entrevista transmitida na sic na passada sexta-feira intitulada como a ' multiplicação dos pais'.
Esta fala-nos da homosexualidade enquanto factor parental.
Em que medida o factor de se ter duas mães ou dois pais poderá afectar (ou não) a parentalidade, a conjungalidade e a fraternidade?
Será que se verificam diferenças significativas entre a parentalidade homosexual e parentalidade heterosexual?
E a gestão de papéis sociais entre casais do mesmo sexo? É naturalmente funcional? Condicionada? Prejudicial?
Será que o desejo de ter filhos varia substancialmente entre casais homo e hetero?
E nesta situação, relativamente ao casamento e à adopção entre casais homosexuais, o direito deverá espelhar a sociedade ou lutar pela sua transformação?
Na minha e pouco suportada opinião (pois não sou homosexual, socióloga e expert no assunto) penso que vivemos numa sociedade que pretente que a sua sombra seja desfocada e alterada.
Gays e lésbicas existem desde sempre, mas só a partir dos anos 80 é que se começou a relacionar a homosexualidade com o factor da parentalidade.
Certamente que existem riscos, vulnerabilidades físicas e sociais mas porque também é certo que quando a sociedade experiencia "novas situações" existem sempre problemáticas acrescidas.
Deverão negar o direito a filhos adoptivos a casais homosexuais por-lhes atribuirem, desde início, um papel de vítima? Se poderão vir a sofrer represálias? Claro. Serem socialmente menos açeites? É um risco. Mas é, à partida, uma presunção, uma suposição. Não é certo nem está provado pela ciência.
A questão da complementaridade também está cheia de preconceitos e subjeções.
Será mesmo necessário, será que também está provado, que é vital para o crescimento normal de uma criança os diferentes papeis de género dentro de portas? Esta ideia de que os papéis entre homem e mulher deverão complementar-se e caso contrário irá existir difuncionalidade e algum tipo de patologia. Fico, sinceramente, irritada. De coração!
Existem incontáveis formas de se construir uma identidade, não esquecendo que a familia é o primeiro agente de socialização mas não o único, muito longe disso.
Ideias abusivas, preconceituosas, erradas dão-me cabo do juízo.
Por fim, reflectimos sobre um assunto que, obviamente me deixa enojada, a pedófilia.
Em que medida é que as pessoas catologam os homosexuais (neste aspecto mais no sentido masculino) como pedófilos?
Deixem-me que vos relembre de um caso, nunca esquecido e ainda bem, que foi o processo casa pia. Os populares, que na hora do chá e das cartadas, se juntavam junto aos tribunais e tantas vezes se ouvia gritar 'paneleiro', em vez de 'pedófilo' (monstro, monte de merda e restantes sinónimos). Não deixa de ser curioso. Ninguém está ali a julgar as orientações sexuais mas os crimes abusivos de cariz sexual a menores.
Não deveriam pensar primeiro nos famosos (e resguardados) nos casos pedófilia vs celibato? Onde a institução é priveligiada e tem pouca ou nenhuma visibilidade social só porque se julga que por um padre estar impedido de ter relações sexuais, este não está exposto a este tipo de situações? E então nesse âmbito não há crise. Nem pensam,sequer, duas vezes no quanto os menores estão expostos e vulneráveis. É mais fácil equiparar um "paneleiro" a uma criatura, sem adjetivo possível, que outro tipo de sujeitos que vivem na nossa sociedade.
Actualmente não julgo mas certamente que já me senti divida nesta questão (de aceitação ou não) da homosexalidade. Não é crime e muito menos estou aqui a condenar quem não concorda nem nunca irá concordar. Espero apenas que todos aprendam a suportar as vossas decisões e que consigam refutar tudo aquilo que não faz parte da vossa aceitação.
Há muitas ideias estigmatizadas que deveriam ser reconstítuidas.
Obviamente que, aqui, o Estado tem um papel fundamental e faz tudo menos proporcionar divulgações neste sentido. É mais fácil para "todos", não é? Infelizes daqueles que não façam parte dessa globalidade.

Não tenho muito mais a dizer. Foi uma aula bastante podutiva e apeteceu-me partilhar.


Mas cada um sabe de si.