Isn't it ironic?




"(...) As palavras guardam o que julgamos ter perdido para sempre, é por isso e para isso que escrevemos, para resgatar o impossível. (...)"

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Someone that cannot love

Poucas são as vezes que a generosidade sobressai ao egoísmo. Independentemente desse egoísmo poder ser contornado com uma estável relação, não deixando de lá estar torna-se qualquer coisa que paira no ar e que magoa até a nossa respiração.
Há pessoas que se amam de tal maneira a elas próprias julgando que podem sobreviver sozinhas, sem a ajuda, o companheirismo e o amor do outro. É gente que de Ser tem o essencial mas que de Humano ainda lhe falta um grande caminho a percorrer.
O egoísmo não faz a força e sem ela nada sobrevive. O sentimento bom até pode estar lá, tornando tudo ainda mais complicado na tomada de decisões, são as coisas boas que me prendem a estas pessoas mas, com toda a certeza, não me irão prender para sempre.
Felizmente sou pouco influenciável, sei bem os valores que tenho e se por amor se diz fazer tudo, então é porque eu não sei amar. Há coisas que mesmo sendo nossas deverão estar em concordância com o mundo, quem não compreende isso, não compreende o que é dar e receber.. E dar e receber é uma atitude da vida, para a vida. Sem ela, mais tarde ou mais cedo, deixará de haver troca, de haver convívio e, acima de tudo, deixará de haver amor.
A falta de reconhecimento do outro, doi. Faz-nos sentir pequeninos e inúteis, por muito que tentemos negar e consigamos sorrir perante atitudes narcisistas como esta, jamais conseguimos esquecer que aquela pessoa não esteve lá para confirmar com orgulho o quanto valemos a pena nesta vida.
São pessoas que certamente, um dia, eu deixarei de gostar e, acima de tudo, deixarei de respeitar.


E reza a história que quando isso acontecer, será tarde demais para voltar atrás.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Serviço Social PL 2008-2011

Caros colegas (já pareço o Zé Godinho):
Ouvi dizer que estamos a chegar ao fim! Será mais correcto dizer que estamos na recta final de mais uma etapa da nossa vida, mas no começo de uma existência nova recheada de novas pessoas, novas aventuras e com um novo sabor profissional.
Entre a timidez e o receio, concordámos passar uma parte de nós ao lado de pessoas com os mesmos sonhos, com as mesmas perspectivas e, em certa medida, com a mesma motivação. Certamente que o primeiro dia foi escrito com as mesmas letras para todos, todos trememos um bocadinho. Entre sorrisos receosos e a vontade de querer conhecer tudo e todos, entrámos numa sala sem saber nomes, idades, personalidades. Com o tempo, uns seguiram a esquerda, outros a direita, mas sempre com a finalidade de chegar ao mesmo troço, ao mesmo caminho, à mesma vitória.
Três anos que sentimos o tempo passar rápido demais, três anos que sentimos euforia, plenitude, nervosismo, o sangue a correr rápido, tantas vezes que o nosso sorriso tomou forma de gargalhada, que a voz subiu do tom aconselhado, vezes que muitos quiseram desistir e deixar tudo para trás. São factos, factos que provam o quão somos humanos, fortes, e audazes.
Durante aulas, festas, convívios não-formais, conversas de cantina, conversas de terreiro e braços no ar em arraias, fizemos o favor de ser muito felizes.
A verdade de que tudo na vida é efémero, que nada dura para sempre, não deixando de ser frustrante, é igualmente um sentimento que nos deixa muito mais receptivos à vida, que nos faz respirar fundo e usufruir de momentos que, poderão fazer parte de um passado, mas que nunca deixarão de ser um presente nos nossos corações, na nossa escola que é a vida, na nossa memória, que guarda e transforma em ADN as amizades que construímos durante todo este tempo.
Não creio que seja correcto dizer que esta fase terminou, acho bem mais saudável acreditar que estamos perante uma nova porta, vindo esta complementar todas pelas quais passámos e superámos.
Acredito que a nostalgia nos acompanha desde os primeiros momentos, ou porque o primeiro ano terminou, ou porque os veteranos foram embora, até mesmo pelo facto de a senhora da cantina ter sido substituída e não a veremos mais. A escola é família, quer queiramos, quer não. Incute-nos regras, valores, organização, espírito de equipa e a facilidade de sermos felizes.
Com o tempo, aprendemos a confiar, a dar mais de nós, aprendemos a sorrir de vontade própria, aprendemos métodos de estudo compartido e a ficar contentes não só pelos nossos bons resultados, mas pelos resultados de todos. Entre invejas, personalidades diferentes, choque entre pessoas e opiniões, descobrimos que não são atitudes, de forma alguma, particulares, são atitudes benignas que nos ajudam na nossa tomada de decisões, e no nosso crescimentos enquanto alunos e futuros Assistentes Sociais.
Em relação à equipa docente, seria hipócrita da minha parte dizer que esta sempre pesou de igual forma na balança das minhas opiniões. Tal como todos, os professores, foram, igualmente, alunos e são pessoas como nós, contudo com métodos de trabalho diferentes. No entanto, nunca desvalorizando nenhum docente, é uma verdade de que, como em tudo na nossa vida, existiram preferência entre todos.
Mas, independentemente disso, todos eles contribuíram para a fortalecer a nossa bagagem, atrevo-me a dizer, que todos eles nos tornaram mais fortes e perspicazes.
Não é por estarmos na Bênção das Pastas, mas foi realmente uma BENÇÂO poder fazer parte de uma história que, apesar de tudo, inclusive desta crise nacional, termina com um Happy Ending e sobretudo com um sorriso que começa nos lábios e termina no coração.
Sem qualquer tipo de margem para hipocrisia, falsidade ou narcisismo: Obrigada, pelo bom, pelo mau, pelo assim-assim. Tudo é válido, foi para mim um prazer.
Como diz o nosso querido Eduardo Sá:
“Crescemos imaginando que é possível aprender sem errar. Mas Errar é aprender. É descobrir que o importante nunca é saber como se faz, mas com quem se conta para chegar ao que se quer.”



Obrigada a todos


@  E já agora Parabéns a mim, que faço hoje 22 longos anos =D

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Jump & Change






Tão simples quanto isso.

Há pequenas (grandes) mudanças de comportamentos que dão nisto. Num ar mais feliz, mais saudável, num ar bem mais bonito.
Há mesmo males que vêm por bem, eu sou a prova disso e gosto muito.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Comodismo? Impotência? Ou, simplesmente, pouca sorte?

" «Escolhe-se morrer?». Às vezes, escolhe-se não viver, que é uma forma de estar vivo e estar morto ao mesmo tempo." - Eduardo Sá

(Cheira-me que alguém, que não eu, serve de exemplo.)

Spanish Memories





Recordações de 2007.

Penso que aquele alguém não se esqueceu que adoro ser como sou, que não pretendo mudar as minhas verdadeiras marcas
Penso que esse alguém não se esqueceu que o próprio mundo, a própria vida me faz crescer
Penso que esse alguém sabe que estou a crescer
Penso que esse alguém sabe que eu sou e serei sempre a mesma
Penso que esse alguém sabe pelo que passei e como me superei
Penso que esse alguém , apesar de tudo , olha p'ra mim e pensa:


"Gosto de ti mas sobretudo dos teus defeitos"


Já somos dois amor .


- Maio, 2007

terça-feira, 3 de maio de 2011

L-O-V-E

Poiss é.
Dizem que a envelhecer é a Lei da vida (pelo menos quando se chega lá), e por isso temos de aproveitar os anos para irmos ganhando habilidades suficientes, que tornem esta fase menos má e menos triste. Se é que isso é possível.
Nunca desmenti que a velhice me faz uma certa confusão. Nunca desmenti que mais facilmente me sensibilizo com um idoso que com uma criança. Nunca desmenti que é difícil assistir a todo um processo corta-tempo, talvez seja dos mais dolorosos de sempre e para sempre. Excepções à regra existem sempre, não perco tempo a menciona-las.
Olhar para os tesourinhos lá de casa e não sentir um arrepio, é porque dia não é dia.
Ás vezes tenho tanta raiva de mim que me torno insuportável, falo alto para depois me arrepender, bato com a porta por coisas sem jeito, quando ela deveria estar aberta sempre para o que der e vier.
Depois de que vale o remorso? Pior que NADA, porque ele não vale de nada, porque ele não atenua nada nem significa nada.
Pior que esta crise palpável de dinheiro, é ter noção que o tempo não pára. Ele tem fome de comer, comer, comer, comer. Tem fome de nos tirar as coisas boas que temos na nossa vida, tem fome de as deteriorar sem dó nem piedade. EU, cachopa estúpida, porque não tenho outro nome, esqueço-me mil vezes durante o dia e a noite, do quanto certas pessoas me são tudo, do quanto essas mesmas pessoas fazem parte da minha história e do meu coração.
Depois de bater com a porta, vem a vergonha de o ter feito. Depois de dizer uma coisa menos boa, vem a tristeza de o que aconteceu não dever ter acontecido. Depois de sair de casa de manhã sem um ‘BOM DIAAA’, vem a vontade de voltar para trás.
O mais estúpido? Para além de mim?
O mais estúpido é talvez ter noção de tudo isto e cair no mesmo erro sempre que a vida me corre mal, sempre que o facto de os ver envelhecer acabar, todos os dias, com um bocadinho de mim. É, talvez, pelo facto de não gostar de sentir o que eles, próprios, sentem. Olharem para trás e verem o que foram e no que se transformaram.
Falam em velhice saudável.. tretas! As transformações são uma certeza, as nostalgias, essas então, acompanham cada passo de toda a coisa que muda e que se transforma.
Olhar para os meus avós, viver com eles desde sempre, implica estar preparada para tudo, a toda a hora. Implica ser grande como eles, implica barafustar com o avô sempre que ele acha conseguir levantar-se do banco fundo do carro da minha irmã, quando isso há muito deixou de ser possível.
Perdermos alguém no tempo e no espaço dói. Entendermos que alguém se deteriorou para sempre é um exercício de vida, para a vida, que dura uma vida.
E é por isso que amo a minha casa, por muito que seja a mal humorada. Que daria o meu tempo pelo tempo deles, as minhas alegrias pelas tristezas deles. Que os meus avós são, igualmente, meus pais.
Que nunca é demais dizer que os amo e que estão comigo desde sempre, para sempre, aconteça o que acontecer.