Isn't it ironic?




"(...) As palavras guardam o que julgamos ter perdido para sempre, é por isso e para isso que escrevemos, para resgatar o impossível. (...)"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

I (L) music



Se um dia me perguntassem o que significa para mim a música, diria de forma muito breve que invés de não conseguir viver sem ela, não saberia sequer imaginar os meus dias sem ouvir um som melódico, um beat, um bpm, e restantes familiares.

Música é poder, é querer !
É, muito mais que um traço á nossa personalidade, é uma forma de observar o mundo e acima de tudo de o interpretar.
Quem nunca passou horas a divagar debruçado apenas num único conteúdo musical?
E quem nunca sentiu, de forma automática, os lábios ganharem forma de sorriso, só porque sim?
Não pergunto sequer se existe algum Ser perdido no mundo que nunca voou sobre uma melodia imaginando mil e uma coisas.
Músicas caracterizam longas-metragens, documentários, histórias de vida e tantas outras coisas que, tantas vezes, ignoramos, esquecemos, apagamos, mas que são inevitavelmente lembradas mal ouvimos a primeira batida do dito cujo.
Quem não se lembra da última passagem de ano (desastre total) de me ver de fones nos ouvidos a balançar a mil à hora? Qualquer pessoa que deu comigo na varanda percebeu a minha euforia sem serem necessárias palavras e nem tão pouco companhia.
Música é estimulo, é excitação, é amor e tudo o quanto é bom.
É gostar, ter opinião própria do relativismo entre que é bom e horrível. É, para mim, respeito. Uma forma de traçar um perfil através, apenas, de uma rede social à qual nem acesso tens à imagem propriamente dita.
È um encontro constante com novas letras, novos ‘remixs’ mas nunca um desencontro ao nosso paladar inicial.
O facto de gostar de reggae, não significa que não goste de tecnho, trance, rock.
Ouço,inclusive, música brasileira, fado, música da era dos meus pais, jazz, aquele rock and roll que dá para perceber a essência da melodia mas principalmente da letra que faz da cena uma coisa assim extraordinária. Gosto de um bom chill out, onde não existem palavras, ou poucas, mas que nos faz fechar os olhos e criar a nossa própria história.
Apeteceu-me escrever sobre isto por um motivo apenas. Um contraste fotográfico, de tempos que foram e nos quais eles se transformaram. De tanta coisa que a minha boca teve a infelicidade de falar graças à reacção incontrolável que uma simples canção poderá ter em todos nós. E refiro infelicidade, deduzo que saibam porquê, ou melhor que logicamente juntem 2 contrastes, serão à partida coisas diferentes, o que torna o quer que seja, num balanço de emoções, de momentos totalmente diferentes. Infelicidade por o ser humano, por vezes, ser incapaz de se limitar ao silêncio longo, fechar corações e seguir em frente.
Entretanto passa aquela tal música “eishhh, esta musica man. Lembras-te?”
E revivemos toda uma história passada assim em breves momentos.

Momentos que de tão únicos que foram, poderão significar uma coisa apenas. È tudo uma questão de lógica da qual não podes, de forma alguma, fugir. As sinapses são rameiras!
Toda a história, importante ou não, inesquecível ou simplesmente arrepiante só de pensar, tem lhe associado um aspecto inerente aos factos vividos. Uma frase, um gesto que tatuou tipo assim para sempre, um suspiro que durou horas, unhas que foram comidas, a sensação do sangue a fervilhar e a correr a mil, uma música.
É essa música que não mais esquecemos, passe o tempo que passar, mudem os tempos, os ritmos, os gostos, as eras. É qualquer coisa como um relógio que vai passando os minutos e deixando para trás memórias, abraços, beijos, toques ocasionais, marcas de mãos nos nossos braços, dor, frustração, medo, insegurança.
Os meus paradoxos não podiam faltar para concluir que amamos tudo aquilo que não podemos ver verdadeiramente e rejeitamos o que não queremos sentir.
A música é essa transição assim modes que fenomenal que liga estes dois sentimentos convergentes: Amor e insegurança.
Não gostamos, repugnamos, ignoramos, brincamos, usamos, abusamos, deitamos fora.
Porém toda esta linha de ideias é então a nossa música, ela envolve sempre qualquer coisa grupal e inevitavelmente sairá sempre alguém a perder.
Pouco, muito ou assim-assim, ficará na epiderme de cada um.
Eu vou permanecer nas músicas que espelham as minhas histórias, mas, certamente, um dia serão esses mesmos contos de fadas que irão ser a marca de referência da minha existência. A música de fundo será apenas mais uma lembrança de como as coisas poderão, sempre, mudar.

Bota fé nisso! :)

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